sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Diário de um torcedor - Dia de ouro no atletismo

Márcio Castello acompanhou a inédita medalha de ouro da saltadora Maurren Maggi.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

24 A 19 É O CARAMBA!!!!

Por Vitor Sergio Rodrigues

O dia 21 de agosto de 2008 ficará marcado para sempre como Dia do Exorcismo para o vôlei feminino do Brasil. Quatro anos depois de um dos episódios mais traumáticos do esporte brasileiro, a Seleção comandada por José Roberto Guimarães venceu um jogo dificílimo contra a China e chegou à final da Olimpíada de Pequim.

Mais do que o melhor resultado da modalidade na história da Olimpíada, essa vitória significa deixar para trás um fantasma, representado por dois números, que perseguiu o grupo (embora José Roberto e elas procurassem não falar nisso) durante um ciclo olímpico inteiro: o desgraçado do 24 a 19, quando as brasileiras deixaram as russas virarem no quarto set da semifinal e depois perderam no tie-break.

É um exorcismo para Zé Roberto, que carregou durante quatro anos a imagem (para quem não conheço do assunto!) de que ele é “muito bom, mas falta alguma coisa...”. Situação turbinada quando (alguns que não conhecem do assunto!) comparava seus resultados com os de Bernardinho. E que quase um ano depois do “24 a 19”, ainda sonhava (?) com o jogo contra Rússia.

O Zé teve o mérito de não desistir, de ter coragem de tirar do grupo quem não tinha mais condição e/ou caráter para continuar e mudou a postura com as meninas: acabou o paternalismo. O primeiro discurso dele, de que não queria saber mais da história de “musas”, logo após os Jogos de Atenas, foi o sinal claro disso.

É um exorcismo para Fofão, uma das levantadoras mais talentosas da história do vôlei, mas que ficou toda sua carreira à sombra de Fernanda Venturini. Em termos de habilidade, Fofão não deve nada à Fernanda e ainda tem a vantagem de, até pela sua timidez, fazer muito melhor ao grupo, pois não se envolve em polêmicas e situações mal explicadas como a antiga titular. Parabéns Fofão, a primeira mulher brasileira a ter três medalhas olímpicas (repare que ninguém falou disso).

É um exorcismo para jovens (hoje nem tão jovens assim) como Sassá e Fabiana, que há quatro anos foram jogadas ao fogo contra as russas e não se acovardaram na pouca idade (enquanto jogadoras “consagradas”, como Érika, saíram do jogo por causa de cólica e não voltaram mais...). Pelo contrário. Jogaram muito, mas a derrota improvável fez isso ficar esquecido.

É um exorcismo principalmente para Mari, que na cultura esportiva burra da sociedade brasileira, ficou marcada como culpada por ter errado o último ponto do jogo. Só que os que falam isso (que não entendem nada!) não sabem que a então novata, meteu 31 pontos naquele jogo, encarando o bloqueio mais forte do mundo, enquanto jogadoras consagradas afundaram o time (além de Érika mofando no banco, Virna acertou apenas 14% (!) de seus ataques em 29 bolas). Hoje deu alegria ver Mari acertando tudo no passe e atacando com perfeição quase o jogo todo (mérito também de Zé Roberto, que não aceitou a execração pública da jogadora).

E é um exorcismo também para este jornalista, que estava lá, no Ginásio Paz e Amizade, naquela tarde ensolarada em Atenas, e também foi “perseguido” pelo “24 a 19” durante os últimos quatro anos. Perseguido porque durante quase um ano também tive pesadelo com as quatro chances para fechar o jogo. Perseguido porque durante quatro anos ouvi muitas pessoas crucificarem a Mari pelo último ponto, sem saberem que a culpa nunca passou nem perto dela. Perseguido porque ouviu durante quatro anos ridicularizarem um grupo e um treinador de muito talento por causa de um momento (absurdo, admito) de descontrole. E nem adiantava argumentar contra, pois era esforço em vão.

Agora, com essa classificação para a final, independentemente do resultado contra os Estados Unidos, eu posso chegar na janela do meu apartamento e gritar para quem quiser ouvir: 24 A 19 É O CARAMBA!!!!!!!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Dinastia brasileira no salto triplo

A história do esporte brasileiro no atletismo começou nos jogos olímpicos de Helnsique, Finlândia, em 1952, na prova do salto triplo com um dos grandes nomes do esporte mundial: Adhemar Ferreira da silva. Ele começou tarde no esporte, aos 19 anos, participou dos jogos de Londres 1948, mas foi só em Helsinque que ele conseguiu conquistar a medalha de ouro, a primeira do atletismo brasileiro, e ainda quebrou seu recorde mundial quatro vezes.

Na olimpíada de Melbourne 1956, Adhemar trouxe mais alegrias ao Brasil se tornando bicampeão olímpico e escreveu para sempre o seu nome na história do esporte mundial.

Doze anos depois, nos jogos do México 1968, mais um brasileiro se destacou na modalidade, Nelson Prudêncio, um dos maiores fenômenos do esporte brasileiro da década de 60.

Prudêncio conquistou a medalha de prata, mas que valeu ouro. O atleta não era favorito na prova, muitos dos seus concorrentes tinham marcas acima da sua. Mas o saltador foi valente, em seu ultimo salto, conseguiu bater o recorde mundial com 17m27. Agora, só bastava a ele torcer para que nenhum outro atleta conseguisse superar sua marca. Infelizmente, o grande nome da prova, Viktor Saneyev, conseguiu e o brasileiro teve que se contentar com a medalha de prata.

Outro nome muito importante do atletismo mundial foi João Carlos de oliveira, o João do Pulo. Três vezes campeão mundial, o herdeiro de Adhemar e Prudêncio se tornou um dos maiores saltadores já vistos em 1975, quando quebrou o recorde mundial com uma diferença até então nunca vista numa quebra de recorde, 45cm, com o salto de 17m 89cm.

Com o recorde, ele era o grande nome da prova do salto triplo nos jogos olímpicos de Moscou 1980. No entanto, estranhamente, de suas 12 tentativas teve 9 anuladas por queima e garantindo apenas a medalha de bronze, mesmo resultado conquistado nos jogos de Montreal 1976.

Amanhã a quarta dinastia do império triplista entra em cena com o gigante Jadel Gregório, único atleta do Brasil a saltar acima do recorde de João do Pulo. Resta a torcida brasileira torcer para que, no meio de tantos astros, ele possa se tornar mais um mito olímpico.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Diário de um torcedor - Uma vez flamengo...

Márcio Castello ensina torcedor chinês a ser flamenguista.

Diário de um torcedor - Ouro de Cielo

Nosso dia começou cedo. 8 Horas da manhã eu dei um pulo da cama e acordei Bernardo! Era o dia de conhecer o Cubo e torcer por uma medalha de Ouro!

Chegamos lá uns 40 minutos antes da prova. Ainda sem ingressos. Os preços estavam muito caros. Conversei rapidamente com Bernardo e estávamos dispostos a pagar o que fosse!

Quando finalmente passamos da revista e entregamos o ingresso, a entrada do cubo estava uns 500 metros de distancia... Corremos pra caramba! Pulamos por uma canteiros e jardins. Passamos por uma brasileiros que estava na mesma situação. Eu perguntava, dá tempo!? E ela respondia, pro Phelps não, pro Cielo acho que dá!!!


Ficamos em frente a linha de largada, quando caíram na piscina, Bernardo gritou que Cielo tinha largado bem. Eu não tava mais conseguindo raciocinar direito. A Prova foi tão parelha, que não dava pra ver quem tinha ganhado. Eu olhava desesperado pra família do Cielo comemorando, mas eles podiam estar comemorando qualquer medalha. Olhava pro telão e via um monte de nomes. Não conseguia processar as informações. Só comecei a comemorar, quando Bernardo, olhando pro telão, começou a berrar: “É ouro!!! É ouro!!!”

Eu tremia pra caramba! Emoção indescritível!!! Tirando meu time, nunca o esporte me proporcionou tamanha alegria!!!!

Depois fizemos uma bagunça com a família do Cielo, que conhecemos no vôo da vinda pra Pequim. Fizemos a maior festa nas arquibancadas e depois no hall do cubo. A mãe dele disse: “vocês vêm junto com a gente”.
Conseguimos ficar na zona mista (onde os repórteres fazem entrevistas). Éramos os únicos, fora a família do Cielo, sem credencial de imprensa! Filmamos várias entrevistas, fizemos entrevistas, fomos entrevistados, beijamos a medalha, pegamos autógrafo do Cielo nos ingressos, sacaneanos o francês e quando pedimos para o Phelps dizer oi pro Brasil, comecei a esculhambar com ele e chamá-lo de "pipoqueiro"! Falando que ele não tinha coragem de pegar o Cielo nos 50 metros.

Cadê a vara??

A Organização chinesa dos Jogos Olímpicos perdeu a vara da atleta brasileira Fabiana Murer.

Foi inacreditável. Murer, que tem 4.80 como melhor marca do ano, iria brigar pela segunda e terceira colocações e viu seu sonho olímpico desmoronar devido a um erro da organização olímpica.

domingo, 17 de agosto de 2008

O Templo é do Cielo


Foi dura a batalha para cobrir o dia seguinte a conquista da medalha de ouro nos 50 metros livre por César Cielo, mas valeu a pena. Comecei o dia às sete da matina, em frente ao Centro Principal de Imprensa, esperando que o campeão fosse visitar a Muralha. Nada. Na hora do almoço veio a notícia, Cielo ia ao Templo do Céu.

E com todo respeito a tradição chinesa, neste domingo, aqui em Pequim, o Templo do Céu foi literalmente o Templo do Cielo. O nadador, que volta para o Brasil amanhã na hora do almoço, aproveitou seu último dia em Pequim para conhecer uma das maiores belezas arquitetônicas da cidade.

Para começar, deixou a Vila Olímpica seguido por um verdadeiro comboio de jornalistas e após chegar ao local, lotado de chineses e turistas de outros países, causou furor, principalmente entre os locais, quando levantou as medalhas conquistadas nesta Olimpíada (uma de bronze e uma de ouro) para ser fotografado, em frente ao principal monumento. Era gente pedindo para autografar camisa, papel, tirar retrato, uma verdadeira loucura.
Teve até jornalista subindo em espaço sagrado para tentar captar a melhor imagem. O único segurança que apareceu para proteger o espaço, pouco conseguiu fazer.
Foi preciso que os colegas começassem a gritar: “isso aqui não é Brasil não, isso é espaço sagrado”, para que os profissionais se dessem conta do ultraje cometido, tamanha era a ânsia por acompanhar o primeiro medalhista de ouro do Brasil nos Jogos de Pequim. Era difícil ouvir alguma coisa do que Cielo falava em meio a tanta confusão, mas era visível sua perplexidade diante da comoção que causou. “Eu não imaginava que fosse ser recebido assim”, destacou.

Extremamente contente e solícito, Cielo não só tirou foto com alguns jornalistas, como emprestou a medalha para que os que agüentaram até o final “tirassem uma onda”. Essa aí abaixo sou eu.

Você pode assistir a algumas declarações dadas por Cielo durante sua visita ao Templo do Céu na programação da TV Esporte Interativo.

sábado, 16 de agosto de 2008

Usain Bolt é o cara

O homem mais rápido do planeta bate próprio recorde mundial na final dos 100m rasos e se consagra como campeão e recordista olímpico.

Quem pensou que a disputa dos 100m rasos nos Jogos Olímpicos de Pequim seria acirrada, se enganou. Muitos acreditaram que Tyson Gay, Asafa Powel e Usain Bolt travariam uma bela disputa, mas nem chegou perto disso.

A zebra apareceu logo na semi-final. Tyson Gay, atual campeão mundial, não conseguiu se classificar para a final da prova. O americano pareceu não ter se recuperado de suas últimas lesões. Ele não fez uma corrida, teve uma saída ruim e não conseguiu uma boa aceleração no final, terminando em quinto lugar com o tempo de 10s05, o nono tempo da semi-final.

Asafa Powel conseguiu se classificar para a final, mas também não fez uma boa corrida. O jamaicano, ex-recordista mundial, terminou na quinta colocação com 9s95.

Usain Bolt entra para a história do atletismo mundial e dos Jogos Olímpicos. O recordista fez uma corrida impressionante, correu solto e deu a impressão que conseguiria correr ainda mais rápido. Ele fechou com 9s69 e bateu o recorde olímpico de Donovan Bailey (9s85) estabelecido em Atlanta 1996.

Resultado final da prova:

Medalha de ouro - Usain Bolt (JAM) - 9s69
Medalha de prata - Richard Thompson (TRI) - 9s89
Medalha de bronze - Walter Dix (EUA) - 9s91

Ricardo e Emanuel vencem de virada



Ricardo e Emanuel estão nas quartas-de-final depois de garantirem uma incrível vitória sobre os russos Barsuk e Kolodizkiy.

A dupla brasileira começou mal o primeiro set, comentendo erros e permitindo que adupla russa fechasse com 18/21. O começo do segundo set não foi diferente, os brasileiros abriram espaço para que Barsuk e Kolodizkiy liderassem o placar. Os russos chegaram a ter dois match points e o jogo estava quase perdido. Mas a dupla do Brasil foi persistente e conseguiu manter o foco. Os bloqueios do Ricardo começaram a funcionar e ele fez três pontos seguidos, empatando o placar em 20 a 20. A partir daí, começou uma batalha emocionante por cada ponto e terminou com os brasileiros levando a partida para o tie-break fechando o segundo set com 25/23.

O terceiro e último set começou tenso. Com a vitória, a dupla brasileira estava mais segura e Emanuel forçou mais os saques. Mesmo assim, os russos conseguiram manter o plarcar empatado. Mas Ricardo e Emanuel se mostraram superiores mais uma vez e no final do set conseguiram uma vantagem de três pontos e três match points. A dupla russa não teve a mesma competência dos brasileiros e permitiram que Ricardo e Emanuel ganhassem de virada a partida, fechando com 15/12.

Este jogo emocionante dá moral à dupla que enfrentará, nas quartas-de-final, os norte-americanos Gibb e Rosenthal.

Cielo faz história para o Brasil e para Santa Barbara D’Oeste

O nadador César Cielo, primeiro medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de Pequim, deu uma entrevista coletiva agora há pouco na Casa Brasil. Nascido em Santa Bárbara D’oeste, interior de São Paulo, o atleta disse que está feliz por poder divulgar sua cidade, que poucos conhecem.

“Agora todos vão ter que saber onde fica”, disse, descontraído. Cielo ainda disse que pretende incentivar o esporte em sua cidade de alguma maneira. “Quando eu voltar para lá, vou querer dar mais incentivo para a natação. Espero já ter ajudado de alguma maneira conquistando esta medalha”, ressaltou.

Cielo destacou a importância de Brett Hawke, seu técnico, e da preparação nos Estados Unidos, onde reside atualmente, estudando e treinando, para a melhora de seu desempenho. “Ter meu treinador aqui, junto com a Confederação Brasileira foi fundamental. Nos Estados Unidos treino com os melhores. É diferente você nadar com um atleta que está uns cinco segundos abaixo do seu tempo e poder treinar com atletas do nível do Phelps, por exemplo”, explicou.
O nadador falou também do seu conterrâneo, o nadador Guilherme Guido, que também participa destes Jogos Olímpicos. “Eu e o Guido já competimos muito tempo juntos. Ele sempre esteve presente na minha carreira”.
Sobre a quebra do recorde olímpico da prova, completada em 21s34, Cielo acredita que a marca ainda pode ser superada. “Não tem limite. Acho que nos 50 metros sempre vai aparecer alguém para diminuir em um centésimo. Acho que ainda dá para chegar em 20 segundos”.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Na Casa Holanda, diversão é a solução sim

Para os holandeses a regra é clara, diversão é a solução sim. Que o digam os freqüentadores da Casa Holanda, em Pequim. Este foi o momento em que o mestre de cerimônia deu as boas-vindas para a galera.

Instalada no enorme “Agricultural Exhibition Center”, o cantinho (ou seria cantão?) dos holandeses em Pequim possui, além das salas de exibição com uniformes e fotos, espaço para descontração. O bicho pega nos dois últimos galpões. A cerveja geladíssima é servida por simpáticos e simpáticas como os dois na foto abaixo.

No último galpão, enorme, onde fica o palco, as pessoas interagem com o apresentador. Nesta sexta-feira à noite, aqui em Pequim, até pedido de casamento teve.
A festa continua e as pessoas cantam em holandês e até personagens fantasiados começam a aparecer, do nada. Esse aí embaixo é para provar que os holandeses são, de fato, os reis da chacota, no bom sentido é claro.

Larissa e Ana Paula avançam no vôlei de praia

Em jogo pelas oitavas-de-final do vôlei de praia feminino, as brasileiras Ana Paula e Larissa venceram a dupla alemã Pohl e Rau por 2 sets a 0.

A dupla parece ter deixado para trás de vez o trauma da desistência da jogadora Juliana e todo o processo de substituição e adaptação de Ana Paula. Este foi o jogo no qual as brasileiras se mostraram mais entrosadas.

O primeiro set iniciou com as brasileiras um pouco tensas e errando algumas jogadas, deixando as alemãs abrirem 7 a 3. Mas a dupla reagiu e conseguiu virar o set, fechando com 21 a 18.

O segundo set foi mais tranquilo. As brasileiras acertaram o jogo e conseguiram manter uma boa diferença no placar do começo ao fim. Tudo funcionou contra as alemãs. A recepção e o ataque da Larissa, que largou o braço em várias jogadas, o saque e o bloqueio da Ana Paula, que mais uma vez puxou o time, deixando a dupla muito focada no jogo. Depois de uma seqüêcia de três pontos, garantiram a vitória para o Brasil com 21 a 14.

Foi uma vitória importante para a dupla que terá pela frente, nas quartas-de-final, as favoritas Walsh e May, dos Estados Unidos. O jogo será no próximo domingo.

Em entrevista à TV Esporte Interativo, Juliana disse que acredita no potencial da dupla e as dificuldades enfrentadas no início dos Jogos serviram para melhorar o entrosamento das brasileiras.

Diário de um torcedor - Ingressos no lixo

Por Bernardo Dietze



De ressaca após sair ontem à noite, acordamos às 13h!! Márcio que estava achando que era o super-homem sentiu o cansaço! Comer pouco e dormir mal durante vários dias, nos derrubou! Com isso perdemos a competição de ginástica feminina que tínhamos ingresso! Ficamos muito chateados e vimos que não dá para abraçar o mundo. Já combinamos que só pensaremos em sair de novo no final dos jogos. Sair à noite a gente pode sair qualquer dia, mas assistir as olimpíadas somente de 4 em 4 anos!

Fomos, então, ao judô onde vimos o brasileiro João Gabriel perder na disputa do bronze. A vitória da chinesa foi emocionante! O ginásio veio abaixo quando, depois de estar perdendo, a judoca aplicou um ippon faltando 8 segundos! Márcio mais uma vez foi o mais fotografado dos jogos com sua peruca pouco chamativa. Além disso, comandou a torcida japonesa na final da categoria masculina!

Vamos tentar entrar na vila olímpica de qualquer maneira! Sabemos que é praticamente impossível, mas vale a tentativa!

Para amanhã, temos ingressos para os jogos de vôlei de praia masculino e atletismo à noite. Vamos assistir a prova mais nobre da Olimpíadas, os 100m. Tentaremos mais uma vez a final do Cielo, mas sabemos que é muito difícil conseguir ingresso de natação aqui!


798 Dashanzi Art District – melhor lugar para a Casa da Suíça

Os suíços escolheram muito bem o local para montar a Casa da Suíça. O distrito Dashanzi 798 é um espaço estiloso e ao mesmo tempo alternativo, que proporciona sofisticação e flexibilidade na mesma medida. A área abriga galerias de arte e espaços para atividades culturais e comerciais. Projetado por arquitetos alemães, terminou de ser construído ainda nos anos 50.

Estive nesta sexta-feira na casa da Suíça que fica em uma das imensas galerias deste espaço. Achei muito legal.
Além das exposições de produtos como relógios, chocolates e outros eletrônicos e tecnológicos, como satélites, havia uma maquete chamada switzerball, em que uma bolinha fazia com que várias coisas acontecessem com a maquete, ilustrando um pouco dos hábitos e traços do pais.

O espaço montado pela empresa de chocolates Lindt é de dar água na boca. A história do chocolate fica exposta no espaço e a partir das 15h, de hora em hora, há uma apresentação em que as pessoas podem ouvir um pouco sobre a manufatura desta delícia e fechar com uma degustação do produto.

Sutilezas do fantástico Templo do Céu

Não visitei muitos templos aqui na China desde que cheguei. Para falar a verdade, só fui a dois até agora. O Templo Lama e o Templo do Céu. A inevitável aproximação com o budismo faz com que o Templo Lama torne-se um grande atrativo, mas sem querer desmerecê-lo, o Templo do Céu é algo a mais em se tratando de China.

O complexo de templos taoístas foi construído em 1420 e tanto a Dinastia Ming como a Qing o utilizaram para pedir aos céus prosperidade nas colheitas. Também era utilizado para agradecer pelos bons frutos. Desde 1998 que é considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O Templo do Céu fica dentro do parque Tiantan Gongyuan. A entrada é pelo parque, visitado por muitos chineses (crianças, adultos e idosos) em busca de um lugar tranqüilo para passar o tempo. Quando fui, passei por umas senhoras jogando peteca com o pé. Em plena forma. A julgar-se pela tradição do país no badminton, não é de se surpreender que jogar peteca seja um passatempo popular. Não dá para ver muito bem a peteca na foto, mas garanto, elas estavam jogando peteca. Enquanto isso, alguns senhores jogavam algo parecido com um jogo de damas.


No final do passeio, você sobre a um círculo que tem um outro círculo menor no meio e que as pessoas faziam fila para tirar foto ali dentro deste círculo. Dizem que é o centro do universo. Deve ser para dar sorte, mas passei a vez, pois a fila estava muito grande e o calor era forte demais. Valeu muito esse passeio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O que os olhos não vêm

Massagem na China é obrigatória. Embaixo do meu prédio tem uma ótima. E fica aberta até tarde. Tem sido um dos meus passatempos prediletos. Ainda fico conversando com os(as) massagistas para praticar meu mandarim. Acostumada com a massagem do meu prédio, já não me preocupava em comparar com outras, mas encontrei algo que me intrigou.

Caminhando pelo bairro onde moro no momento, Chaoyang, passei por um estabelecimento que me despertou a curiosidade. Massage by blind masseurs. Isso mesmo, massagem feita por cegos. Pequisando um pouco mais e prestando mais atenção pela cidade, percebi que não se tratava de um único estabelecimento em Pequim, mas sim de algumas filiais. Foi aí que resolvi experimentar para tentar entender.
Depois da massagem fui conversar com a dona, que me explicou que este tipo de massagem começou a ficar popular na China durante a época da abertura proporcionada por Deng Xiaping, no final de década de 70 e início da década de 80. Segundo Cong Ji Mei, as pessoas com problemas visuais têm mais sensibilidade nas mãos e conseguem reconhecer com mais facilidade os pontos chave do corpo. É, pode ser.

A experiência que tive foi muito boa, mas minha massagista não era exatamente cega. Pode ser que tivesse algum problema visual, mas não era cega, definitivamente. A moça que estava recebendo massagem de um cego na maca ao lado da minha, parecia estar completamente relaxada. Quando eu cheguei ela já estava recebendo massagem e quando saí, continuou. Pois é, o que os olhos não vêm, as mãos sentem. A sala nem precisava estar tão escura... Me desculpem pela piada infame, mas é verdade.

"Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima"


Depois da derrota, Luciano Corrêa fala um pouco sobre seu desempenho em Pequim.
(enviado pela assessoria de imprensa do judoca)

"Eu sabia que seria difícil. Mesmo assim, saio chateado por não ter conseguido trazer uma medalha para o Brasil. Sem dúvida, foi a chave mais complicada detodas as categorias do judô. Mas eu estava preparado para enfrentar tudo isso.

No fim, não deu a lógica. Nem o atual campeão europeu, nem o atual campeão olímpico, nem o atual campeão mundial. A final do meio-pesado foi entre asiáticos: kazaque e um mongol, que sagrou-se campeão. Todos os méritos para eles, que derrubaram os favoritos ao ouro.

O judô é assim. Ser favorito não é certeza de que a vitória está garantida. Diferente da natação, basquete, tênis ou ginástica. Antes do torneio, eu pensava que havia cinco atletas com condições de subir no lugar mais alto do pódio. Agora, sei que eram sete. Enfim, fica a lição. Tentarei tirar o máximo de proveito desta queda. Mas já levantei. Não há tempo para lamentações.

Pequim foi minha primeira Olimpíada como titular da seleção. Irei preparar-me ainda melhor para Londres, em 2012. Minha cabeça já está lá. Quero agradecer, do fundo do meu coração, o apoio de todos da minha família, amigos de verdade e, principalmente, aos milhões de amigos anônimos que fiz enquanto representei com o maior orgulho o nosso país aqui na China.

Continuem torcendo por cada brasileiro que continua na disputa. Ser atleta profissional no Brasil não é nada fácil. Assim como eu, vocês também devem ter se comovido com o depoimento emocionado do Eduardo Santos, depois de ter sido eliminado na repescagem. Aquela história é mais comum do que vocês imaginam. Falo por experiência própria.

Um grande abraço a todos.
Obrigado pelo carinho e fiquem com Deus!"

Ouro para a América Latina

O lutador cubano Mijain Lopez conquistou a primeira medalha de ouro da América Latina nos Jogos de Pequim. O atleta compete na categoria até 120kg da luta greco-romana.


O cubano ficou muito alegre com a vitória na luta contra o russo Khasan Baroev.

Dia ruim para o judô brasileiro


Nesta madrugada, Edinanci Silva (meio-pesado) e Luciano Corrêa (meio-pesado)
perderam a disputa de medalhas em suas categorias.

O campeão mundial Luciano Corrêa pegou uma chave difícil. Em sua primeira luta, enfrentou o campeão europeu Henk Grol, da Holanda. A luta foi sofrida e o brasileiro acabou perdendo depois que o holandês aplicou um golpe que lhe valeu o segundo wasari,completando a pontuação de um ippon e finalizando o combate.

Na repescagem, Luciano lutou contra o israelense Arik Zeevi. O brasileiro atacou pouco, mas conseguiu uma queda de Zeevi, o que lhe rendeu um yuko. Faltando menos de um minuto para o fim, o brasileiro só precisou administrar a luta, garantindo a vitória e a passagem para a próxima fase.
Já na segunda luta da repescagem, o judoca não teve um bom resultado, perdeu por ippon para o polonês Przemyslaw Matyjaszek e deu adeus às chances de medalha.

Edinanci Silva foi um pouco mais longe. A judoca, de 32 anos, perdeu sua primeira luta para a espanhola Esther San Miguel e, na primeira fase da repescagem, venceu a russa Vera Moskalyuk.

A brasileira venceu a repescagem e foi para a disputa do bronze com a sul-coreana Gyeongmi Jeong. A asiática venceu o combate depois de aplicar uma imobilização que lhe valeu um ippon e um lugar no pódio. Edinanci Silva terminou na quinta colocação de sua categoria.
Foi mais um dia ruim para o judô brasileiro. Ontem, os atletas Mayra Aguiar e
Eduardo Santos também não conseguiram bons resultados.