Por Vitor Sergio Rodrigues
O dia 21 de agosto de 2008 ficará marcado para sempre como Dia do Exorcismo para o vôlei feminino do Brasil. Quatro anos depois de um dos episódios mais traumáticos do esporte brasileiro, a Seleção comandada por José Roberto Guimarães venceu um jogo dificílimo contra a China e chegou à final da Olimpíada de Pequim.
Mais do que o melhor resultado da modalidade na história da Olimpíada, essa vitória significa deixar para trás um fantasma, representado por dois números, que perseguiu o grupo (embora José Roberto e elas procurassem não falar nisso) durante um ciclo olímpico inteiro: o desgraçado do 24 a 19, quando as brasileiras deixaram as russas virarem no quarto set da semifinal e depois perderam no tie-break.
É um exorcismo para Zé Roberto, que carregou durante quatro anos a imagem (para quem não conheço do assunto!) de que ele é “muito bom, mas falta alguma coisa...”. Situação turbinada quando (alguns que não conhecem do assunto!) comparava seus resultados com os de Bernardinho. E que quase um ano depois do “24 a 19”, ainda sonhava (?) com o jogo contra Rússia.
O Zé teve o mérito de não desistir, de ter coragem de tirar do grupo quem não tinha mais condição e/ou caráter para continuar e mudou a postura com as meninas: acabou o paternalismo. O primeiro discurso dele, de que não queria saber mais da história de “musas”, logo após os Jogos de Atenas, foi o sinal claro disso.
É um exorcismo para Fofão, uma das levantadoras mais talentosas da história do vôlei, mas que ficou toda sua carreira à sombra de Fernanda Venturini. Em termos de habilidade, Fofão não deve nada à Fernanda e ainda tem a vantagem de, até pela sua timidez, fazer muito melhor ao grupo, pois não se envolve em polêmicas e situações mal explicadas como a antiga titular. Parabéns Fofão, a primeira mulher brasileira a ter três medalhas olímpicas (repare que ninguém falou disso).
É um exorcismo para jovens (hoje nem tão jovens assim) como Sassá e Fabiana, que há quatro anos foram jogadas ao fogo contra as russas e não se acovardaram na pouca idade (enquanto jogadoras “consagradas”, como Érika, saíram do jogo por causa de cólica e não voltaram mais...). Pelo contrário. Jogaram muito, mas a derrota improvável fez isso ficar esquecido.
É um exorcismo principalmente para Mari, que na cultura esportiva burra da sociedade brasileira, ficou marcada como culpada por ter errado o último ponto do jogo. Só que os que falam isso (que não entendem nada!) não sabem que a então novata, meteu 31 pontos naquele jogo, encarando o bloqueio mais forte do mundo, enquanto jogadoras consagradas afundaram o time (além de Érika mofando no banco, Virna acertou apenas 14% (!) de seus ataques em 29 bolas). Hoje deu alegria ver Mari acertando tudo no passe e atacando com perfeição quase o jogo todo (mérito também de Zé Roberto, que não aceitou a execração pública da jogadora).
E é um exorcismo também para este jornalista, que estava lá, no Ginásio Paz e Amizade, naquela tarde ensolarada em Atenas, e também foi “perseguido” pelo “24 a 19” durante os últimos quatro anos. Perseguido porque durante quase um ano também tive pesadelo com as quatro chances para fechar o jogo. Perseguido porque durante quatro anos ouvi muitas pessoas crucificarem a Mari pelo último ponto, sem saberem que a culpa nunca passou nem perto dela. Perseguido porque ouviu durante quatro anos ridicularizarem um grupo e um treinador de muito talento por causa de um momento (absurdo, admito) de descontrole. E nem adiantava argumentar contra, pois era esforço em vão.
Agora, com essa classificação para a final, independentemente do resultado contra os Estados Unidos, eu posso chegar na janela do meu apartamento e gritar para quem quiser ouvir: 24 A 19 É O CARAMBA!!!!!!!
O dia 21 de agosto de 2008 ficará marcado para sempre como Dia do Exorcismo para o vôlei feminino do Brasil. Quatro anos depois de um dos episódios mais traumáticos do esporte brasileiro, a Seleção comandada por José Roberto Guimarães venceu um jogo dificílimo contra a China e chegou à final da Olimpíada de Pequim.
Mais do que o melhor resultado da modalidade na história da Olimpíada, essa vitória significa deixar para trás um fantasma, representado por dois números, que perseguiu o grupo (embora José Roberto e elas procurassem não falar nisso) durante um ciclo olímpico inteiro: o desgraçado do 24 a 19, quando as brasileiras deixaram as russas virarem no quarto set da semifinal e depois perderam no tie-break.
É um exorcismo para Zé Roberto, que carregou durante quatro anos a imagem (para quem não conheço do assunto!) de que ele é “muito bom, mas falta alguma coisa...”. Situação turbinada quando (alguns que não conhecem do assunto!) comparava seus resultados com os de Bernardinho. E que quase um ano depois do “24 a 19”, ainda sonhava (?) com o jogo contra Rússia.
O Zé teve o mérito de não desistir, de ter coragem de tirar do grupo quem não tinha mais condição e/ou caráter para continuar e mudou a postura com as meninas: acabou o paternalismo. O primeiro discurso dele, de que não queria saber mais da história de “musas”, logo após os Jogos de Atenas, foi o sinal claro disso.
É um exorcismo para Fofão, uma das levantadoras mais talentosas da história do vôlei, mas que ficou toda sua carreira à sombra de Fernanda Venturini. Em termos de habilidade, Fofão não deve nada à Fernanda e ainda tem a vantagem de, até pela sua timidez, fazer muito melhor ao grupo, pois não se envolve em polêmicas e situações mal explicadas como a antiga titular. Parabéns Fofão, a primeira mulher brasileira a ter três medalhas olímpicas (repare que ninguém falou disso).
É um exorcismo para jovens (hoje nem tão jovens assim) como Sassá e Fabiana, que há quatro anos foram jogadas ao fogo contra as russas e não se acovardaram na pouca idade (enquanto jogadoras “consagradas”, como Érika, saíram do jogo por causa de cólica e não voltaram mais...). Pelo contrário. Jogaram muito, mas a derrota improvável fez isso ficar esquecido.
É um exorcismo principalmente para Mari, que na cultura esportiva burra da sociedade brasileira, ficou marcada como culpada por ter errado o último ponto do jogo. Só que os que falam isso (que não entendem nada!) não sabem que a então novata, meteu 31 pontos naquele jogo, encarando o bloqueio mais forte do mundo, enquanto jogadoras consagradas afundaram o time (além de Érika mofando no banco, Virna acertou apenas 14% (!) de seus ataques em 29 bolas). Hoje deu alegria ver Mari acertando tudo no passe e atacando com perfeição quase o jogo todo (mérito também de Zé Roberto, que não aceitou a execração pública da jogadora).
E é um exorcismo também para este jornalista, que estava lá, no Ginásio Paz e Amizade, naquela tarde ensolarada em Atenas, e também foi “perseguido” pelo “24 a 19” durante os últimos quatro anos. Perseguido porque durante quase um ano também tive pesadelo com as quatro chances para fechar o jogo. Perseguido porque durante quatro anos ouvi muitas pessoas crucificarem a Mari pelo último ponto, sem saberem que a culpa nunca passou nem perto dela. Perseguido porque ouviu durante quatro anos ridicularizarem um grupo e um treinador de muito talento por causa de um momento (absurdo, admito) de descontrole. E nem adiantava argumentar contra, pois era esforço em vão.
Agora, com essa classificação para a final, independentemente do resultado contra os Estados Unidos, eu posso chegar na janela do meu apartamento e gritar para quem quiser ouvir: 24 A 19 É O CARAMBA!!!!!!!
5 comentários:
Damu pa kmu to?.. Nano ni klase blog man?
I could give my own opinion with your topic that is not boring for me.
Vitor disse tudo cara.
Vitor disse tudo cara.
Vitor disse tudo cara.
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