quinta-feira, 21 de agosto de 2008

24 A 19 É O CARAMBA!!!!

Por Vitor Sergio Rodrigues

O dia 21 de agosto de 2008 ficará marcado para sempre como Dia do Exorcismo para o vôlei feminino do Brasil. Quatro anos depois de um dos episódios mais traumáticos do esporte brasileiro, a Seleção comandada por José Roberto Guimarães venceu um jogo dificílimo contra a China e chegou à final da Olimpíada de Pequim.

Mais do que o melhor resultado da modalidade na história da Olimpíada, essa vitória significa deixar para trás um fantasma, representado por dois números, que perseguiu o grupo (embora José Roberto e elas procurassem não falar nisso) durante um ciclo olímpico inteiro: o desgraçado do 24 a 19, quando as brasileiras deixaram as russas virarem no quarto set da semifinal e depois perderam no tie-break.

É um exorcismo para Zé Roberto, que carregou durante quatro anos a imagem (para quem não conheço do assunto!) de que ele é “muito bom, mas falta alguma coisa...”. Situação turbinada quando (alguns que não conhecem do assunto!) comparava seus resultados com os de Bernardinho. E que quase um ano depois do “24 a 19”, ainda sonhava (?) com o jogo contra Rússia.

O Zé teve o mérito de não desistir, de ter coragem de tirar do grupo quem não tinha mais condição e/ou caráter para continuar e mudou a postura com as meninas: acabou o paternalismo. O primeiro discurso dele, de que não queria saber mais da história de “musas”, logo após os Jogos de Atenas, foi o sinal claro disso.

É um exorcismo para Fofão, uma das levantadoras mais talentosas da história do vôlei, mas que ficou toda sua carreira à sombra de Fernanda Venturini. Em termos de habilidade, Fofão não deve nada à Fernanda e ainda tem a vantagem de, até pela sua timidez, fazer muito melhor ao grupo, pois não se envolve em polêmicas e situações mal explicadas como a antiga titular. Parabéns Fofão, a primeira mulher brasileira a ter três medalhas olímpicas (repare que ninguém falou disso).

É um exorcismo para jovens (hoje nem tão jovens assim) como Sassá e Fabiana, que há quatro anos foram jogadas ao fogo contra as russas e não se acovardaram na pouca idade (enquanto jogadoras “consagradas”, como Érika, saíram do jogo por causa de cólica e não voltaram mais...). Pelo contrário. Jogaram muito, mas a derrota improvável fez isso ficar esquecido.

É um exorcismo principalmente para Mari, que na cultura esportiva burra da sociedade brasileira, ficou marcada como culpada por ter errado o último ponto do jogo. Só que os que falam isso (que não entendem nada!) não sabem que a então novata, meteu 31 pontos naquele jogo, encarando o bloqueio mais forte do mundo, enquanto jogadoras consagradas afundaram o time (além de Érika mofando no banco, Virna acertou apenas 14% (!) de seus ataques em 29 bolas). Hoje deu alegria ver Mari acertando tudo no passe e atacando com perfeição quase o jogo todo (mérito também de Zé Roberto, que não aceitou a execração pública da jogadora).

E é um exorcismo também para este jornalista, que estava lá, no Ginásio Paz e Amizade, naquela tarde ensolarada em Atenas, e também foi “perseguido” pelo “24 a 19” durante os últimos quatro anos. Perseguido porque durante quase um ano também tive pesadelo com as quatro chances para fechar o jogo. Perseguido porque durante quatro anos ouvi muitas pessoas crucificarem a Mari pelo último ponto, sem saberem que a culpa nunca passou nem perto dela. Perseguido porque ouviu durante quatro anos ridicularizarem um grupo e um treinador de muito talento por causa de um momento (absurdo, admito) de descontrole. E nem adiantava argumentar contra, pois era esforço em vão.

Agora, com essa classificação para a final, independentemente do resultado contra os Estados Unidos, eu posso chegar na janela do meu apartamento e gritar para quem quiser ouvir: 24 A 19 É O CARAMBA!!!!!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

Damu pa kmu to?.. Nano ni klase blog man?

Anônimo disse...

I could give my own opinion with your topic that is not boring for me.

Mayara disse...

Vitor disse tudo cara.

Mayara disse...

Vitor disse tudo cara.

Mayara disse...

Vitor disse tudo cara.